Doença de Alzheimer: o que é, sintomas e tratamento
Hoje assinala-se o Dia Mundial da Doença de Alzheimer. Com maior ou menor frequência já todos ouvimos falar desta doença, sendo que no ano 2017 Portugal chegou mesmo a ser considerado o 4º país da OCDE com mais pessoas com demência por cada 1000 habitantes. Mas sabemos do que efetivamente se trata? O que é o Alzheimer? Quem está mais suscetível à doença? Nós explicamos-lhe…
O que é a doença de Alzheimer?
Lapsos de memória, não saber o que se começou a fazer, colocar sal duas vezes na comida, dificuldade em perceber algo que foi dito são alguns dos sintomas daquela que é considerada a forma mais comum de demência em todo o mundo: a Doença de Alzheimer.
A Doença de Alzheimer é um tipo de demência caracterizada pela perda gradual de algumas das funções do cérebro (neurodegenerativa) e de forma irreversível como a memória, a atenção, a linguagem, a compreensão, entre outras. Apesar de não se saber até aos dias de hoje qual a causa na origem deste tipo de demência, acredita-se que fatores genéticos e ambientais possam estar na origem da Doença de Alzheimer.
A Doença de Alzheimer é de progressão lenta, não tem cura e o maior fator de risco é a idade do paciente.
No entanto, a ciência aponta vários fatores de risco para desenvolver Doença de Alzheimer:
- Idade do paciente: a Doença de Alzheimer é mais prevalente a partir dos 65 anos
- Fatores genéticos: 5 a 15% dos casos estão relacionados a pessoas com antecedentes familiares
- Risco cardiovascular: como o tabagismo, vida sedentária e má alimentação
- Anormalidades genéticas: que podem ser hereditárias
- Falta de exercício físico
- Hipertensão arterial
- Lesões traumáticas no cérebro
- Diabetes
- Consumo excessivo de álcool
Quando a Doença de Alzheimer afeta indivíduos com menos de 65 anos designa-se de Doença de Alzheimer Precoce.
Mas o que acontece ao nosso cérebro na Doença de Alzheimer?
À medida que a Doença de Alzheimer se desenvolve, dado que é de progressão lenta e imprevisível, as células do nosso cérebro diminuem de tamanho, de número e a comunicação entre si acaba por falhar até que as células acabam por morrer.
A morte das células cerebrais é o que vai provocando a perda de memória nos doentes. Nos casos moderados a avançados, os doentes vão aos poucos ficando dependentes de outros para satisfazerem as suas necessidades básicas e podem chegar a não reconhecer os familiares ou terem comportamentos inadequados a diversas situações.
Quando a Doença de Alzheimer avança para uma fase terminal, os doentes podem mesmo ficar em estado vegetativo até ao final das suas vidas. É nesta fase que a doença pode apresentar algumas complicações:
- O doente ficar acamado
- Dificuldades para comer e engolir os alimentos
- Risco de infeções
- Dependência de aspiração
- Incontinência
- Não verbalizar
- Desenvolvimento de úlceras de pressão provocadas pela imobilidade
- Trombose venosa profunda
Estas complicações estão muitas vezes na causa da morte dos doentes com Doença de Alzheimer.
Quais os sintomas da Doença de Alzheimer?
Desde que a Doença de Alzheimer se desenvolve, os doentes vão mostrando aos poucos sintomas e/ou sinais da doença que passam a ser cada vez mais evidentes ao longo do tempo e são sempre irreversíveis. São eles:
- Perda de memória recente e à medida que a doença avança a perda de memória está ligada também a eventos mais antigos, ou seja, um passado mais longínquo
- Dificuldades na linguagem e na forma de se expressar
- Dificuldades de compreensão do que é dito ou está escrito
- Dificuldades de atenção e de concentração
- Dificuldades de raciocínio
- Mudanças de comportamento
- Perda de noção do tempo
- Desorientação
- Alterações de personalidade e de humor (como depressão e ansiedade)
- Dificuldade e incapacidade de fazer as tarefas do dia-a-dia
- Perda de competências sociais
- Apatia
- Irritabilidade
- Distúrbios do sono
- Alucinações
- Delírios
- Perda do apetite
- Desinibição
- Com o avançar da doença podem ser desenvolvidos sinai de Parkinson
- Imprevisibilidade emocional
- Entre outros
À medida que os indivíduos vão apresentando alguns dos sintomas acima mencionados, importa estar atento e fazer o diagnóstico para perceber se se está perante um quadro de Doença de Alzheimer ou não.
Como é feito o diagnóstico de Doença de Alzheimer?
Na presença de alguns dos sintomas da doença é importante consultar o médico e/ou neurologista o mais cedo possível. O diagnóstico da Doença de Alzheimer passa pelos seguintes aspetos fulcrais:
- Perceber o historial clínico do paciente
- Exame neurológico
- Exame físico
- Testes de avaliação à função cognitiva
- Entrevista/Conversa para perceber até que ponto os sintomas correspondem a uma efetiva incapacidade de realizar tarefas no quotidiano
- Perceber as implicações de possíveis alterações psicológicas e de comportamento
- Exames laboratoriais e de imagiologia como TAC ou Ressonâncias Magnéticas ao cérebro
- Poderão ser precisos exames adicionais ou a evidência de que não existem outras doenças cerebrais
Tratamento da Doença de Alzheimer
Como foi dito acima, a Doença de Alzheimer não tem cura. Todavia, fruto de anos de pesquisas, existem algumas formas de tratar a doença e que assentam essencialmente no controlo e atraso da evolução da Doença de Alzheimer.
O tratamento da Doença de Alzheimer requer sempre um trabalho multidisciplinar entre várias áreas da medicina, entre elas a neurologia, psiquiatria, psicologia, etc. Hoje em dia, existem vários medicamentos para controlar e diminuir a progressão da Doença de Alzheimer, e ainda para diminuir a prevalência e tratar os sintomas secundários da mesma, entre eles a irritabilidade e a inquietude, algo que tem também um grande impacto nos cuidadores dos doentes de Alzheimer.
O apoio, conforto e segurança são passos muito importantes e que devem fazer parte do tratamento da Doença de Alzheimer.
É possível prevenir a Doença de Alzheimer?
Tal como não há cura também não há forma de prevenção para a Doença de Alzheimer. Ainda assim, e de forma ainda pouco significativa, alguns estudos demonstram que alguns comportamentos podem ter um impacto positivo na prevenção da Doença de Alzheimer, são eles:
- Controlar a hipertensão
- Controlar o colesterol
- Praticar exercício físico
- Manter uma alimentação saudável
- Ser mentalmente ativo, como por exemplo através de exercícios como as palavras cruzadas, entre outros
- Não exagerar no consumo de álcool
E já sabe, depois de ler as contra-indicações e informações e continuar com dúvidas, deve pedir conselho ao seu médico, farmacêutico ou nutricionista.
Nota Importante
O conteúdo informativo presente no "Blog da Farmácia" não substitui a consulta de um profissional de saúde. Uma vez que nos é impossível abordar os temas detalhadamente, sugerimos que se aconselhe com o seu médico ou farmacêutico para a sua situação em particular, e que possa esclarecer eventuais dúvidas.